quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bêbado

Andava pelas ruas, resmungando.
Solitário, com uma garrafa na mão.
Um homem qualquer?
Um vagabundo?
Não, só um homem solitário.
Passara pela rua Augusto, onde cambaleou, quase caíra.
Tentara passar pela ponte que ficava na mesma rua.
Parou, olhou o seu reflexo no lago que ficava abaixo da ponte.
Estava escuro.
A rua vazia.
Olhou para o céu, sentiu sua visão fosca.
A garrafa que o vinha acompanhando todo o caminho caíra no chão num estrondo.
Seu corpo, afundava lentamente no lago escuro e frio.
Sentiu seu corpo mais leve. Seus olhos se fechavam lentamente.
Seu coração não batia mais.
Ele sentiu que não dava mais e se deixou levar para as profundezas do lago.
O seu corpo era apenas um cadáver, e que em uma morte lenta e calma, se desfazia aos poucos.
No dia seguinte, seu corpo foi encontrado por uma pequena menina, que com uma boa visão, viu um ponto estranho e negro no lago fundo e cristalino.
Era uma manhã bem fria.
Seu corpo, foi retirado.
Mas, quem era ele?
Um homem qualquer?
Um vagabundo?
Não, só um homem solitário.
Que queria afogar sua angustias na bebida, mas acabou afogado em solidão num lago profundo e frio na escuridão da noite.

                 
                                  Nayra Queiroz

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dádiva

Eu tinha andado só.
A vida vazia, sem grão de amor.
Você abalou meu coração.
Mexeu com minha estrutura.
E não era mais eu.
Era você, mudando as verdades sobre mim.
Dizendo que tudo que eu vivi não era nada.
E o mundo para mim, começaria ali.
Sob seu domínio, passei a seguir seus mantras.
No fundo sem querer eu queria você.
Queria sem querer, sem aceitar.
Queria antes de você me perceber.
Antes de me enxergar.
Sem início, sem fim.
A gente já sabia que seria assim.
Pensei que você não olharia para mim nunca.
Pelo menos não como eu queria.
Pensei assim quando percebi as diferenças entre nós, meu pequeno.
Meu? Que dádiva seria.
Uma realização.

                        Laiane

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O Amor é Molhado


Quando você me olhou daquele jeito, naquele dia, foi intenso demais para minha pobre inocência.
Quando falou comigo daquele jeito, naquele dia, foi quente demais.
Entregando aquele convite ao pé do ouvido.
Você, sempre demais.
Foi capaz de ver as faíscas se espalhando em meu olhar.
E com tanto calor transformou em labaredas, e elas em uma
grande fogueira, que agora eu acendo junto com você.
Eu te vejo ainda, e te verei pro resto da minha vida.
Seu rosto assombra meu íntimo quando deixo meu toque me possuir.
Sua boca parece uma gota, quando escorre entre meus seios.
Me chama pela cintura e prende minhas coxas em seus dedos.
Por que não há quem ouse dizer que não sou sua.
Cairá a morte quem disser que você não é meu.
Eu, sempre demais.
Tem quem diga que sou muito para nós dois, pois eu digo que sou pouca para  a quantidade de desejo que temos.
Espero mesmo, um dia transbordar amor, me fazer realmente demais.
Por esses dias te provei, descobri que amor tem gosto bom.
Pelo menos aceitável, degustável, viciante.
Aqui escrevendo esse desabafo de um corpo inquieto pelo simples fato de está falando de você, um corpo trêmulo, corpo arrepiado, corpo seu.
Me sinto transbordar, encharcar de amor.
Queria você perto agora.
Juro que a próxima vez que eu transbordar amor assim, te dou um gole.
Quero te ver embriagado, revirando os olhos, sem controlar a respiração.
E seu corpo com inveja do meu, vai transbordar também.



                                   Laiane

Sussurro

Minha voz quando canta sozinha.
Só canta cantigas de saudade.
Eu quero te contar em melodia.
Como você me faz falta.

É que eu te amei tanto.
Que pensei que você poderia me amar também.
E vivo agora tão longe do seu canto.
Como estou da lua que me encara toda noite.

                   

                                    Laiane

O poder do ser

Eu sou!
É o que sai daquela boca pequena recheada de metal.
A voz é incrivelmente colossal.
Você é? Me pergunta com deboche, enquanto em desdenhe me dá um bote.
Presente e futuro.
Passado não sei.
O tom claro de pele, sem querer já sendo sexy.
Eu despia, ela cuspia.
Eu vestia, ela queria.
Falando a gente não se entendia, até que nossas bocas se calavam.
Se juntavam e reinava a alegria.
Aí a separação, voltando discussão.
E é assim que vai ser.
Nunca vamos nos entender.
Mas querendo ou não.
Sempre vou amar você.


                                     Laiane

terça-feira, 15 de abril de 2014

Sonho de Uma Aventura

Praias, viagens na madrugada, ao som de um violão.
Ser livre.
Sair e não olhar para traz, Sem se importar com nada.
Conhecer novos lugares, pessoas.
Amar.
Quem sabe até surfar!
Pensamentos longe...
Mente aberta.
Sentir o frescor de uma brisa matinal a beira mar.
Amigos, risadas, fogueiras.
Um Bob, um Jimy ou um Ben no violão.
Abrir os braços e dar bençãos ao vento.
Sentir boas vibrações.
Sentir o chão com pés descalços.
Agradecer pela paz que vem de Jah.
Maresia. Deixa o espirito zen.
Sem problemas. Sem preocupações.
Auto astral.
Aplaudir de pé o sol que acaba de se por.
Beijo, abraços, danças... um ritual de alegria.
Uma explosão de felicidade no ar.
A lua que surge do mar vem nos proteger.
Orações de agradecimento dedico a ela.
Madrugada chega, hora de repouso.
O único barulho que escuto é o mar.
Mar que me lava a alma.
Mar que traz recordações, lembranças.
Leva contigo toda negatividade.
E traz consigo, aquela esperança tão aguardada.



                                Nayra Queiroz

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Outra Pra Você

E quando penso que acabou.
Quando me deixo imaginar que a paz está reinando.
Você ousa falar, ousa estragar o nosso amor com insinuações ofensivas.
Me faça acreditar que realmente vai valer apena.
Não quero desistir.
Eu tenho esperado o momento certo pra dizer que estou cansada.
E devo também contar que o que acontece quando você está por perto.


                                                                             Laiane

Um Grito Social Surdo

Não cale.
Não cale, nem tente calar.
A poesia
Nesse mundo de cores e atores.
Temo perder um papel.
Para os Lideres fora da lei.
Que insistem em viver como reis.
Tentando me por como réu.
O décimo eterno dízimo.
Que é roubado do meu salário.
Pela minha alienação voluntária.
É demência a ponto de bala
Meu dinheiro. Guardado no bolso,dos ladrões, desgraçados.
Os cavalos fardados nas ruas.
Montados em outros cavalos.
A sociedade grita
Enquanto segue na vida
Tentando cumprir os impostos horários
Em cada esquina tem gente
Em cada esquina tem bicho
Ou morrendo de forma covarde
Em cada esquina é gente, gente vertida de lixo
A cidade parada é calada
No silencio do carnaval
Folião empunhando arma
Fazendo festa e justiça na bala
Mas é só alegria que vemos, pois é só o que sai no jornal.
Não me interessa
Se o mundo inteiro joga bola
Estou pouco me fodendo
Melhor dizendo, estou muito me fodendo
Pra fazer essa merda de copa
A sociedade que vive de aparência 
Jogadas nas traças do consumismo
Gastando dinheiro na beleza
A alma rica de pobreza
Ostentando ignorância sem o minimo de decência.




                                                                             Laiane