quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bêbado

Andava pelas ruas, resmungando.
Solitário, com uma garrafa na mão.
Um homem qualquer?
Um vagabundo?
Não, só um homem solitário.
Passara pela rua Augusto, onde cambaleou, quase caíra.
Tentara passar pela ponte que ficava na mesma rua.
Parou, olhou o seu reflexo no lago que ficava abaixo da ponte.
Estava escuro.
A rua vazia.
Olhou para o céu, sentiu sua visão fosca.
A garrafa que o vinha acompanhando todo o caminho caíra no chão num estrondo.
Seu corpo, afundava lentamente no lago escuro e frio.
Sentiu seu corpo mais leve. Seus olhos se fechavam lentamente.
Seu coração não batia mais.
Ele sentiu que não dava mais e se deixou levar para as profundezas do lago.
O seu corpo era apenas um cadáver, e que em uma morte lenta e calma, se desfazia aos poucos.
No dia seguinte, seu corpo foi encontrado por uma pequena menina, que com uma boa visão, viu um ponto estranho e negro no lago fundo e cristalino.
Era uma manhã bem fria.
Seu corpo, foi retirado.
Mas, quem era ele?
Um homem qualquer?
Um vagabundo?
Não, só um homem solitário.
Que queria afogar sua angustias na bebida, mas acabou afogado em solidão num lago profundo e frio na escuridão da noite.

                 
                                  Nayra Queiroz

2 comentários:

  1. Um texto com inicio, meio e fim. Um suspense nas primeiras linhas, um esclarecimento ao final, um bêbado que tenta afogar as mágoas e tem seu corpo afogado nas águas...

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